Após fim das negociações de fusão com a Gol, Azul diz que vai honrar passagens já emitidas
26/09/2025
(Foto: Reprodução) Gol anuncia fim das negociações de possível fusão com Azul
Após o fim das negociações de fusão com a Gol, a Azul Linhas Aéreas anunciou, em comunicado divulgado nesta quinta-feira (25), que está comprometida com o “fortalecimento da sua estrutura de capital”. Além disso, garantiu honrar todas as passagens emitidas no codeshare, que havia sido acordado em maio do ano passado.
O g1 questionou a companhia aérea sobre o volume de passagens já emitidas sob o codeshare e como será feito o atendimento a esses clientes, mas a Azul se limitou a dizer que o único pronunciamento será feito por meio do comunicado divulgado ao mercado.
🔎 O codeshare é um acordo em que duas ou mais companhias compartilham o mesmo voo, os mesmos padrões de serviço e os mesmos canais de venda. No caso de Gol e Azul, a parceria permitia a venda cruzada de bilhetes e a interconexão das malhas aéreas, além da integração dos programas de fidelidade.
Fim da fusão
O Grupo Abra, controlador da Gol, notificou à Azul, nesta quinta, sobre o encerramento das tratativas de fusão entre as companhias aéreas. No comunicado, a Gol esclareceu que a decisão foi tomada por conta do não avanço das negociações.
“Após a assinatura do Memorando de Entendimentos de 15 de janeiro de 2025, a Abra tem se colocado à disposição para continuar avançando nas discussões rumo a uma combinação de negócios. No entanto, as partes não tiveram discussões significativas”, disse a nota.
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Além disso, o grupo também mencionou as mudanças no cenário desde a assinatura do memorando de entendimento (MoU) e o pré-arquivamento junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que ocorreram em outro momento das empresas, que não é mais o mesmo.
Ainda em nota, a Abra afirmou que, mesmo com as discussões correndo em paralelo ao Chapter 11 (processo de recuperação judicial dos Estados Unidos) da Azul, não houve grandes negociações.
“Como resultado, por boa ordem e conforme o acordo de confidencialidade, através da presente, a Abra apresenta notificação por escrito à Azul de que a está encerrando as discussões com relação a uma possível transação”, explicou.
O Grupo Abra também se posicionou em relação ao codeshare, informando que solicitou a rescisão dos acordos celebrados em maio de 2024, cujo objetivo era estabelecer uma cooperação comercial para conectar suas respectivas malhas aéreas no Brasil.
A companhia esclareceu que, em comprometimento com os clientes, a Gol honrará os bilhetes comercializados no âmbito da parceria.
“A Gol continua focada na excelência no atendimento de seus clientes, contando com de 147 rotas domésticas e 42 rotas internacionais”, acrescentou.
'Saída de fortalecimento'
Em entrevista ao g1 em janeiro deste ano, o CEO da Azul, John Rodgerson, disse ver no acordo com a Gol uma saída de fortalecimento e crescimento para superar “entraves” do mercado brasileiro.
“Nós estamos olhando uma fusão de crescimento. Crescer o mercado brasileiro, isso que nós queremos fazer. Nós temos inflação aqui no Brasil, e sem crescimento, a inflação te mata. Sem reduzir custos, a inflação te mata”, afirmou.
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Rodgerson via na junção as duas companhias a criação de um player relevante no mercado para conseguir melhores negociações contra gigantes do mercado, e também para ampliar o leque de atuação no país.
“Nossos clientes vão poder fluir. Eu [Azul] tenho pouca porcentagem em Congonhas e Guarulhos, em Brasília e no Rio, mas agora vamos ter a possibilidade de conectar o Brasil inteiro com uma passagem”, projetou.
Aviões da Azul e da Gol
Ministério da Saúde/Divulgação e Celso Tavares/G1
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