Trump anuncia tarifas sobre produtos farmacêuticos, móveis e caminhões pesados

  • 25/09/2025
(Foto: Reprodução)
Trump chega à Assembleia na ONU em NY Kylie Cooper/Reuters O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (25) que os Estados Unidos vão impor novas tarifas a partir de 1º de outubro. A medida irá atingir a importação de produtos farmacêuticos, caminhões pesados, móveis e artigos de cozinha e banheiro. O anúncio foi feito pelo republicano em sua rede social, sob a justificativa de proteger os fabricantes locais diante do que chamou de uma "inundação" desses produtos nos EUA. Ele também citou "razões de segurança nacional". 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo Trump, as novas tarifas de importação vão variar entre 25% e 100%, distribuídas da seguinte forma: 🚛 Caminhões pesados: 25% 🛋️ Móveis e estofados: 30% 🍽️ Armários de cozinha, gabinetes de banheiro e produtos relacionados: 50% 💊 Produtos farmacêuticos: 100% Veja os detalhes abaixo. 💊 Produtos farmacêuticos A tarifa mais alta, de 100%, será para itens farmacêuticos. O republicano afirmou que a taxa será aplicada à importação de medicamentos de marca ou patenteados, exceto nos casos em que a empresa responsável esteja construindo fábricas no território americano. "Estar construindo' será definido como 'início das obras' e/ou 'em construção'. Portanto, não haverá tarifa sobre esses produtos farmacêuticos se a construção já tiver começado", escreveu. A Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (Associação de Pesquisa e Fabricantes de Produtos Farmacêuticos) se opôs às novas tarifas sobre medicamentos. A entidade informou que, no início deste ano, 53% dos US$ 85,6 bilhões em ingredientes utilizados em medicamentos consumidos nos EUA eram produzidos no país, enquanto o restante vinha da Europa e de outros aliados americanos. Trump anuncia tarifas sobre produtos farmacêuticos Reprodução/Truth Social 🚛 Caminhões pesados Para caminhões pesados, Trump anunciou tarifa de importação de 25%. O republicano afirmou que o objetivo da medida é proteger os fabricantes locais da "concorrência externa desleal". Embora tenha mencionado caminhões "grandes", Trump não especificou quais modelos seriam afetados. Segundo ele, a medida deve beneficiar fabricantes americanos como Peterbilt, Kenworth e Freightliner. “Precisamos que nossos caminhoneiros estejam financeiramente saudáveis e fortes, por vários motivos. Mas, acima de tudo, por razões de segurança nacional!”, acrescentou. O México é o principal exportador de caminhões médios e pesados para os EUA. Um estudo divulgado em janeiro mostrou que as importações desses veículos do país triplicaram desde 2019. As tarifas também podem impactar a Stellantis, controladora da Chrysler, que fabrica caminhões pesados Ram e vans comerciais no México. Além disso, o grupo sueco Volvo está construindo uma fábrica de caminhões pesados em Monterrey, no México, no valor de US$ 700 milhões, com início das operações previsto para 2026. No ano passado, os EUA importaram quase US$ 128 bilhões em peças para veículos pesados provenientes do México, o que representa cerca de 28% do total das importações do país, segundo informações oficiais. Trump anuncia tarifas sobre caminhões pesados Reprodução/Truth Social 🛋️ Móveis e itens de cozinha e banheiro Trump afirmou que irá impor, também a partir de 1º de outubro, uma tarifa de 50% sobre todos os armários de cozinha, gabinetes de banheiro e produtos relacionados importados pelo país. Para móveis e estofados, a taxa será de 30%. "O motivo para isso é a grande 'INUNDAÇÃO' desses produtos nos Estados Unidos por parte de outros países", declarou o republicano. "Trata-se de uma prática muito injusta. Mas precisamos proteger, por razões de Segurança Nacional e outros fatores, nosso processo de manufatura", concluiu o presidente. Trump anuncia tarifas sobre móveis Reprodução/Truth Social Gigantes farmacêuticas se manifestam Fachada da sede da Novartis em Basel, na Suíça. Arquivo/Arnd Wiegmann/Reuters As novas tarifas anunciadas ontem por Donald Trump levantaram dúvidas sobre os impactos em algumas das maiores farmacêuticas do mundo, sobretudo as que têm sede na Europa. Mike Doustdar, CEO da Novo Nordisk — fabricante da popular caneta para emagrecimento, com sede na Dinamarca — afirmou nesta sexta-feira (26) que a empresa ainda analisa como a medida se encaixa no acordo comercial vigente entre União Europeia (UE) e Estados Unidos, segundo a Reuters. Em agosto deste ano, EUA e União Europeia firmaram um acordo que estabeleceu tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, incluindo carros, semicondutores, madeira e medicamentos. Em contrapartida, a UE se comprometeu a zerar as tarifas sobre todos os produtos industriais dos EUA e a oferecer acesso preferencial a frutos do mar e itens agrícolas norte-americanos. Já a suíça Novartis afirmou hoje que a tarifa “não deve ter impacto” em suas operações. Isso porque, em abril, a companhia anunciou um investimento de US$ 23 bilhões em infraestrutura nos EUA e na construção de novas unidades no país — uma das exceções destacadas pelo presidente americano. "Estamos trabalhando para garantir que todos os principais medicamentos da Novartis para pacientes dos EUA sejam fabricados nos EUA", afirmou a empresa em um comunicado. "Nesse contexto, a tarifa de 100% anunciada não deverá ter impacto sobre a Novartis ." O Reino Unido, por sua vez, decidiu pressionar os EUA sobre as novas tarifas farmacêuticas. O tema ganhou relevância para o governo britânico, já que grandes farmacêuticas do país, como AstraZeneca e GlaxoSmithKline, mantêm fábricas nos EUA e anunciaram novos investimentos recentemente. Em julho, a AstraZeneca, por exemplo, prometeu injetar US$ 50 bilhões nos EUA até 2030. "Sabemos que isso será preocupante para nós, e é por isso que estamos interagindo ativamente com os EUA e continuaremos a fazê-lo nos próximos dias", disse um porta-voz do governo britânico. Segundo a agência Reuters, ele ressaltou ainda que "setores como o farmacêutico são essenciais para nossa economia... então continuaremos a pressionar os EUA por resultados que reflitam a força do nosso relacionamento e ofereçam benefícios reais para a indústria do Reino Unido". Tarifas podem impactar Ásia e Europa de formas distintas As novas tarifas de 100% dos EUA pegaram o mercado financeiro de surpresa e fizeram as ações das empresas do setor recuarem fortemente nesta sexta-feira. As maiores perdas ocorreram nas bolsas de valores da Ásia-Pacífico, enquanto a reação nos mercados da Europa foi bem mais contida. Vale destacar que muitos dos maiores exportadores de medicamentos da Europa, desde a reeleição de Trump, têm reafirmado seu compromisso com a produção nos EUA. Nesta manhã, a Novo Nordisk (-1,9%), Galderma (-1%) e Merck (-0,5%) registraram perdas, enquanto Roche e AstraZeneca permaneceram estáveis, segundo a CNBC. As ações que se valorizaram foram principalmente de empresas que anunciaram investimentos nos EUA para os próximos anos. Já o índice Topix Pharma, que acompanha o desempenho das principais empresas farmacêuticas listadas na Bolsa de Tóquio, caiu 1,47% após o anúncio das tarifas dos EUA. Entre as maiores quedas estavam Daiichi Sankyo (-2,11%), Chugai Pharmaceutical (-3,64%) e Sumitomo Pharma (-5,33%). Na Coreia do Sul, ações de destaque como Samsung Biologics e SK Bio Pharmaceuticals recuaram 1,71% e 3,71%, respectivamente. Em Hong Kong, as ações da Alibaba Health Information Technology, braço de saúde do grupo Alibaba que atua em serviços digitais e comércio de produtos de saúde, caiu 2,92%, enquanto JD Saúde, plataforma de comércio eletrônico de produtos farmacêuticos do grupo JD.com, recuou 2,23%. Índice Nikkei, em Tóquio AFP Na Ásia, a queda das ações foi mais acentuada porque as empresas locais dependem fortemente das exportações para os Estados Unidos e não têm produção significativa nos países de origem. Por outro lado, as empresas europeias, muitas com fábricas nos EUA ou investimentos programados no país, estão mais protegidas na avaliação de analistas de mercado. O tarifaço de Trump O presidente dos EUA tem aplicado tarifas sobre vários produtos com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, que permite impor taxas sem a aprovação do Congresso quando as importações são consideradas uma ameaça à segurança nacional. Essa estratégia já foi utilizada para impor tarifas sobre importações de automóveis, cobre, aço e alumínio. Diante de várias contestações, o caso chegou à Suprema Corte dos EUA. No início deste mês, os magistrados decidiram que irão analisar a legalidade desse aumento tarifário. A Corte foi acionada após um recurso do Departamento de Justiça dos EUA contra uma decisão de instância inferior. O tribunal de apelações concluiu que Trump ultrapassou sua autoridade ao impor a maior parte das tarifas com base em uma lei federal destinada a situações de emergência. O processo terá andamento acelerado na Suprema Corte, que agendou os argumentos orais para a primeira semana de novembro. De acordo com a Bloomberg, novas tarifas sobre importações consideradas críticas, como semicondutores e minerais essenciais, devem ser anunciadas nas próximas semanas. A reportagem destaca que a gestão Trump também iniciou investigações sobre importações de robótica, máquinas industriais e dispositivos médicos, o que pode gerar impactos significativos para os fabricantes nacionais. Em abril, o Departamento de Comércio iniciou uma investigação sobre o impacto de todas as importações de medicamentos — incluindo genéricos, produtos de marca prontos e os ingredientes utilizados na fabricação — na segurança nacional dos EUA. Donald Trump comenta encontro com Lula na ONU

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/09/25/trump-tarifas-outubro.ghtml


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